Armas sustentam tráfico de drogas
O comércio ilegal de armas de fogo aumenta o índice de homicídios e abastece o tráfico de drogas em SE. Em apenas três anos foram apreendidas cerca de 2 mil armas
Do Portal InfonetFoto Arquivo Portal Infonete
Bandidos cada vez mais armados e uma população refém do medo da violência. Esse é o quadro de qualquer família brasileira que tem acompanhado casos diários de criminosos que praticam assaltos munidos de armas de fogo. Em Sergipe, apesar da redução do número de homicídios apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter sido considerado o 15º índice do país e 4º da região Nordeste, com uma taxa de 25,7 mortes por 100 mil habitantes, assaltantes e quadrilhas continuam agindo com mais violência utilizando armas cada vez mais potentes.
O comandante do Grupamento Especial Tático de Motos, Gilmar Santana, explica que o estatuto do desarmamento proporcionou tirar de circulação muitas armas de fogo, mas o mercado clandestino ainda preocupa a polícia. Segundo o capitão Gilmar alguns pontos como feira das trocas e outros da capital são monitorados pela polícia porque atuam na venda de armas. O comandante do Getam é enfático ao apontar a venda de armas como sustentação ao tráfico de drogas.
“O que acontece é que para manter uma boca de fumo funcionando o traficante tem que adquirir armas para dar sustentação ao tráfico. Infelizmente para os bandidos ainda é fácil comprar uma arma, mas estamos realizando um serviço de inteligência, além das rondas diárias para combater este tipo de crime”, afirma.
Estatísticas
A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP) divulgou que de janeiro de 2007 a julho de 2010 foram apreendidas nas mãos de bandidos durante operação das policiais civil e militar 1621 armas de fogo, um crescimento na ordem de 67% quando comparados os anos de 2008, que foram na ordem de 311 e em 2009 que foram apreendidas 520 armas.
Ilegalidade
A feira das trocas é apontada pela polícia como um dos locais de maior incidência de venda clandestina. A equipe do Portal Infonet apurou que um revólver calibre 38 pode ser vendido a R$ 400 ou até mesmo trocado por drogas. No local, a grande movimentação de pessoas esconde a ilegalidade. “O trabalho do Getam é importante porque as motos entram em locais onde não é possível transitar com viaturas. Para combater esse comércio ilegal atuamos com o reservado do Getam que faz um trabalho de inteligência e diligências na rua”, ressalta.
Abordagem
Trabalhando diariamente no combate ao tráfico de drogas e apreensão de armas, o capitão Gilmar Santana, lembra que o Getam tem recebido algumas criticas quanto à forma de abordagem dos policiais. “A nossa abordagem é independente de estarmos na 13 de Julho ou no Santa Maria. Temos uma abordagem padronizada no país inteiro, o policial vai na moto com um fuzil na mão e a preocupação de está focado no trânsito. O que não toleramos é a questão da ofensa, o cidadão não tem que ficar constrangido durante a abordagem porque tudo é feito para a segurança da população”, explica o capitão do Getam.
Denúncia
Qualquer denúncia sobre venda ilegal de armas, tráfico de drogas ou mesmo foragidos da Justiça podem ser feitas para o dique-denúncia, 181, da polícia. A ligação é sigilosa e não precisa ser identificada.
A polícia confirma que entre o material apreendido estão pistolas, revólveres, espingardas e, até mesmo, armas de uso exclusivo das forças policiais, como pistolas ponto 40 e metralhadoras.Acompanhe a Coluna by Valldy de Cruz no Twitter: http://twitter.com/valldydecruz
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