segunda-feira, 7 de junho de 2010

MUNICIPIOS

Especialistas fazem inseticidas botânicos

Do JC on line- Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão trabalhando no desenvolvimento de inseticidas botânicos. O objetivo é diminuir os impactos provocados pelo uso indiscriminado de pesticidas convencionais, que por conta da falta de manejo apropriado na agricultura acabam ocasionando sérios problemas ecológicos, toxicológicos e econômicos.
Segundo o coordenador da pesquisa, professor Leandro Bacci, que também é vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (Neren), a pesquisa tem o intuito de selecionar plantas com atividade biológica sobre pragas agrícolas e de importância médico-veterinária. Vários tipos de plantas – de biomas da Mata Atlântica, caatinga e cerrado – estão sendo testados para ver se têm eficiência, bem como os impactos sobre os organismos não-alvos, como os inimigos naturais.
Hoje, o professor tem projeto aprovado para estudos em pragas na citricultura e hortaliças. “Estamos pegando as principais pragas desses grupos para estudar”, informou Leandro Bacci, que iniciou o desenvolvimento dessa linha de pesquisa na Universidade Federal de Viçosa (MG). Ele ressalta que essa linha de pesquisa é muito promissora, bem recente, que vem crescendo muito nas últimas duas décadas, por conta dos problemas do uso indevido dos inseticidas organo-sintéticos.
A pesquisa está sendo desenvolvida com a parceria dos professores Arie Fitzgerald Blank e Maria de Fátima Arrigoni-Blank, do Departamento de Agronomia da UFS, que trabalham com óleos essenciais, que já têm apresentado efeito inseticida, além dos professores Marcelo Picanço, da Universidade Federal de Viçosa, e da pesquisadora Ana Paula Albano Araújo, do Departamento de Biologia da UFS, que está trabalhando com as pragas de importância médico-veterinária. “Estamos na parte preliminar, para um tipo de planta que tem efeito de toxidade em determinado inseto”, disse.
Segundo o professor Leandro Bacci, o objetivo da pesquisa é oferecer aos pequenos agricultores alternativa de inseticida botânico com orientação de manejo para que diminua a agressão ao homem e ao meio ambiente, provocada pela ação dos inseticidas convencionais. “A partir desses produtos, o produtor vai ter uma facilidade maior”, ressaltou.
 Ele explicou que isso é possível porque os inseticidas e acaricidas botânicos apresentam baixo custo, podendo inclusive ser produzidos pelos próprios agricultores, baixo impacto ambiental e normalmente são de pequena toxicidade ao homem e a organismos não-alvo.
 Outro aspecto não menos importante destacado pelos pesquisadores é a diminuição da dependência econômica dos produtores em relação aos inseticidas organo-sintéticos. Eles dizem que, além do potencial de geração de produtos, esta pesquisa permitirá a transferência de tecnologia aos pequenos e médios produtores, promovendo, assim, maior retorno socioeconômico à comunidade local e contribuindo para o desenvolvimento do Estado de Sergipe.

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