quinta-feira, 13 de maio de 2010

BASTIDORES



Acredite, ainda estou escrevendo o último capítulo’, diz Manoel Carlos
Autor de 'Viver a vida' elogia Taís Araújo e fala de final de Marcos e Tereza.
Novelista tem planos de incluir personagem cadeirante em uma trama futura.
Dolores Orosco
Do G1, em São Paulo
 
Viver a vida” termina nesta sexta-feira (14), mas a dois dias do último capítulo ir ao ar, o autor Manoel Carlos ainda escrevia cenas derradeiras. “Acredite, ainda estou escrevendo algumas cenas do último capítulo”, contou o novelista.
Alguns dos desfechos já eram esperados pelo público, como o final feliz de Helena (Taís Araújo) e Bruno (Thiago Lacerda), Luciana (Alinne Moraes) e Miguel (Mateus Solano). Mas o casal que ninguém esperava ver junto era Tereza (Lília Cabral) e Marcos (José Mayer).
Infiel desde o início da trama, Marcos pisoteou o coração da ex-mulher em quase todos os capítulos. Mas Tereza – uma das personagens mais populares de “Viver a vida” – irá aceitar o marido de volta, como promete o autor. “Tereza nunca deixou de amar Marcos. E os dois ficarem juntos no final acabou sendo inevitável”, diz.
Em entrevista ao G1, o autor faz um balanço de sua novela, que ficará marcada pelo ineditismo de ter um personagem caideirante no núcleo central. No entanto, Manoel Carlos, deixa claro que a protagonista de “Viver a vida” não foi Luciana (Alinne Moraes), a modelo que perde os movimentos do corpo em um acidente.
“O papel do protagonista não deve ser medido pela sua presença em cena, mas pela sua onipresença. E a Helena ocupa essa posição”, enfatiza ele, se referindo à personagem de Taís Araújo, que chegou a receber críticas nos primeiros meses da novela.
Confira o que diz o autor:
Marcos e Tereza: o surpreendente “felizes para sempre”
“Percebi que, mesmo com tudo que aconteceu, Tereza nunca deixou de amar Marcos. E os dois ficarem juntos no final acabou sendo um desfecho inevitável. Não diria que Marcos vai se regenerar, simplesmente porque não acredito que ele seja um degenerado. Acho que o personagem mudou desde o primeiro capítulo. Não há quem passe por tudo que ele passou - divórcio, casamento, acidente que deixou afilha tetraplégica, um filho que reapareceu, uma relação extraconjugal conturbada - e continue igual”.

Luciana: a grande protagonista de “Viver a vida”
“A novela fala de superação, e a superação-símbolo da novela é a da Luciana. É natural que ela seja, portanto, o centro das atenções. O papel do protagonista não deve ser medido pela sua presença, mas pela sua onipresença. E a Helena (Taís Araújo) ocupa essa posição. Tudo se relaciona a ela, a começar pelo acidente que deixou a Luciana tetraplégica”
A contribuição social de Luciana
“Minha intenção era contar uma bela história de superação, chamando a atenção para as pessoas que lutam e vencem adversidades que nos parecem invencíveis. Como Luciana ficou tetraplégica, a novela mostrou as dificuldades que de fato existem na vida de uma pessoa com deficiência como a falta de acessibilidade, a exclusão social, o preconceito. Se através deste trabalho consegui suscitar discussões relevantes para a sociedade, já fico satisfeitíssimo. Ainda não defini qual será meu próximo trabalho, mas tenho alguns projetos [de criar outros personagens cadeirantes em novela]. Mas prefiro não adiantar por enquanto”

Taís Araújo: Manoel Carlos diz que atriz fez
'admiravelmente bem' sua Helena.
“A Taís Araújo fez admiravelmente bem a história que escrevi para ela. No início senti não uma rejeição, mas um certo estranhamento por uma parte do público, talvez por ser novidade uma atriz tão jovem vivendo a protagonista de uma novela minha. O telespectador estava acostumado a ver atrizes mais velhas no papel de Helena. Mas a partir do capítulo 50, deixei de sentir esse estranhamento”

Público influencia final de personagens
“Considero a reação do público parte fundamental do trabalho, tanto que muitas vezes acaba influenciando mesmo na trajetória da trama. Em “Viver a vida” gosto de citar o exemplo do Garcia [o ator Mario José Paz]. O personagem, que acabou ganhando o apelido de Maradona, seria apenas uma participação especial. O ator funcionou tão bem em cena com a Giovanna Antonelli e a pequena Klara [Castanho], que ficou até o último capítulo. E agora está no centro de uma das principais tramas. Soraia [Nanda Costa] também ganhou destaque nessa reta final”

Isabel: franqueza não é vilania, defende autor.
Isabel (Adriana Birolli): foi ou não a vilã de “Viver a vida”?

“Minhas personagens sempre são inspiradas e conservam características de pessoas reais, que conviveram ou convivem comigo, mas são trabalhadas, claro,na ficção. Diria que Isabel transformou sua amargura, por ter se sentido a vida inteira preterida pelos pais, em uma franqueza radical. Isabel terá um final feliz, claro”

Despedida das novelas
Sempre que termino uma novela, digo que será a última. Foi assim em “Mulheres apaixonadas”, em “Páginas da vida”... Mas, como adoro meu trabalho, acabo voltando atrás. Sei que vou continuar enquanto tiver condições para isso.

A próxima “Helena”
Minhas Helenas têm um perfil muito parecido. São sempre mulheres independentes, com virtudes e defeitos como qualquer um de nós. Claro que em cada novela a personagem guarda suas peculiaridades, mas todas são muito semelhantes em sua essência. Desta vez tivemos uma Helena mais jovem, negra. Quem sabe a próxima não será a matriarca de uma dessas famílias tradicionais?

O público pode esperar surpresas no último capítulo de “Viver a vida”?
Acredite, ainda estou escrevendo algumas cenas do último capítulo!







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