terça-feira, 25 de maio de 2010

Hospital Universitário se destaca no tratamento de doenças hepáticas

Hepatite, cirrose, câncer de fígado e esquistossomose (barriga d’água) constituem as doenças mais comuns

Do Portal UFS
Silenciosas, as doenças hepáticas (fígado e vias biliares) podem passar anos no indivíduo de forma despercebida. Hepatite, cirrose, câncer de fígado e esquistossomose (barriga d’água) constituem as patologias mais comuns. Em Sergipe, o Hospital Universitário da UFS (HU) sedia o único serviço de hepatologia público do estado.
Coordenado pelo Departamento de Medicina (DME), o serviço teve início em 2006. Hoje, cerca de 2.700 pacientes participam do tratamento. O serviço configura-se como referência no Nordeste. No local realizam-se diagnósticos e biópsias. Apenas o transplante ainda não é feito. Os pacientes que necessitam deste tipo de procedimento são encaminhados para hospitais de outros estados.
Os transplantes são normalmente encaminhados para São Paulo. O HU tem vínculo grande com o Hospital Albert Einstein, que apesar de ser um hospital privado, todo o tratamento é custeado pelo Estado, inclusive é oferecido, através da Secretaria de Saúde do Estado, o transporte e ajuda de custo”, explica o professor Alex Vianey, coordenador do Serviço de Hepatologia.

Formas de contágio
Após o transplante o setor de hepatologia do HU recebe de volta o paciente para a conclusão do tratamento. O hospital possui também parcerias com o Hemose e com os setores de oncologia de outros centros hospitalares. Dessa forma, quando um paciente é captado com alguma doença no fígado é encaminhado diretamente para o hospital da UFS.
“É muito comum as pessoas que vão doar sangue descobrirem que possuem algum tipo de doença no fígado. Outro quadro frequente são os tumores que afetam o fígado. Esses pacientes vem para cá [Hospital Universitário] e nós fazemos o diagnóstico e a biópsia do órgão”, diz o professor.
Como qualquer doença, a prevenção constitui a ferramenta mais eficaz para evitar as hepatites. Caso o indivíduo esteja contaminado, o diagnóstico precoce, como sempre, é de extrema importância para a eficácia do tratamento. Um teste rápido identifica, preliminarmente, se a pessoa possui algum tipo de hepatite.
“Na hepatite A, mais comuns em crianças, tem transmissão chamada oral fecal, através de alimentos contaminados com fezes, má higiene ou através do contato com pessoas que possuem hepatite A”.
Nas hepatites B e C, que são as que exigem maiores cuidados, o professor explica que “as formas de transmissão são por via sanguínea, como transfusão de sangue, uso de drogas com seringas compartilhadas, tatuagens ou manicures com material contaminado, relação sexual sem uso de preservativo, aparelhos odontológicos, enfim, qualquer tipo de contato do vírus com sangue da pessoa”.

Pesquisas
O setor de hepatologia conta com uma equipe de cinco profissionais: dois professores do DME, Alex Vianey e Tereza Virginia Nascimento, e três médicos assistentes, Miraldo Nascimento, Simone Deda e Maurício Pacheco.
Há ainda 20 alunos envolvidos no programa e outros quatro pós-graduandos do mestrado de Ciências da Saúde da UFS. Várias pesquisa são desenvolvidas no setor, abrangendo os temas hepatites virais, alterações pulmonares relacionadas a doenças do fígado e cânceres. Estudos com presidiários apontaram qual o tipo de hepatite é mais comum e quais os subtipos das hepatites B e C são frequentes no estado.
“Todos esses estudos estão saindo em vias de publicação, o que vem engrandecendo o serviço. Eles estão mostrando que a gente tem o benefício tanto na docência, como na assistência e na pesquisa”, afirma o professor Alex.



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