Entidade produzirá manual sobre como Igreja deve proceder no tema.
Documento da Confederação recomenda cuidado na seleção de padres.
Documento da Confederação recomenda cuidado na seleção de padres.
Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília
A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai produzir uma cartilha sobre pedofilia para orientar bispos sobre como proceder em relação a possíveis casos que apareçam em sua jurisdição. A intenção foi manifestada em um pronunciamento divulgado nesta quinta-feira (13), quando se encerra em Brasília a 48ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil.
O texto afirma que será constituída uma comissão para elaborar a cartilha, que funcionará como um protocolo de política oficial da ação da Igreja Católica no Brasil. O manual, segundo a CNBB, vai juntar princípios da legislação civil e do direito canônico para orientar os bispos sobre o modo de agir quando forem identificados casos em suas dioceses.
A entidade vai promover também um encontro de especialistas em direito canônico para discutir o tema e assessorar na elaboração do manual. A CNBB se dispõe ainda a buscar centros de tratamento para padres e religiosos com “problemas relativos à sexualidade”.
O pronunciamento da CNBB tem uma parte inteiramente dedicada à formação de novos padres. O texto fala em realizar uma seleção mais rígida dos candidatos ao seminário e fazer um acompanhamento mais próximos dessas pessoas.
O texto afirma ainda que a formação dos padres deverá “ater-se às Instruções de Discernimento Vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras”. Estas instruções a que se refere o texto foram editadas pela Igreja em 2005.
A entidade pede ainda que as dioceses dêem resposta rápida e eficaz a acusações de abuso sexual para facilitar a abertura de processos civis. A orientação é de que se suspenda o acusado quando surgirem as acusações ao invés de simplesmente transferir o padre.
O presidente da entidade, Dom Geraldo Lyrio Rocha, destaca que o princípio católico do perdão não é contraditório com a necessidade de punição a padres que cometeram o crime de pedofilia. “Quando falamos de pecado, aí cabe o perdão e a misericórdia, mas diante da situação de crime, é preciso que sejam aplicadas as penalizações canônicas, eclesiásticas e civis, e, nos casos de patologia, há ainda a necessidade de tratamento”.
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