sexta-feira, 21 de maio de 2010

No Rio, procuradora aposentada nega ter agredido criança

"Quero ver qual mãe não tem um dia de nervoso",
diz procuradora acusada de agredir filha adotiva
Em sua primeira entrevista, Vera Lúcia diz que quer descobrir quem agrediu a menina

Da Rede Record
A procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant´Anna Gomes, acusada de agredir a filha adotiva de dois anos, quebrou o silêncio e concedeu sua primeira entrevista. Dentro do presídio Nelson Hungria, no complexo prisional de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, ela disse à reportagem da Rede Record na tarde desta sexta-feira (21) que nunca encostou a mão na menina e declarou que as agressões para ela são um mistério...
- Para quê vou encostar a mão em uma criança de dois anos? Para que ela se torne minha inimiga? Eu quero descobrir quem agrediu a menina. Isso não vai ficar barato..
Para Vera Lúcia, exigem dela um modelo de perfeição só por ser procuradora..
- O que eu fiz foi tão pequeno se comparado com as alegrias que dei a essa criança. Eu quero ver qual é a mãe que não tem um dia nervoso, que não tem TPM, que não briga com o maridinho. Que atire a primeira pedra. Sou uma pessoa carinhosa e peguei uma criança. Eu poderia estar em Paris porque tenho dinheiro para isso.
Apesar de negar as agressões, a procuradora admitiu ter xingado a criança porque ela não queria se alimentar e porque estavam atrasadas para uma consulta médica.
A procuradora afirmou que não está conseguindo comer dentro da cadeia, apenas frutas, e que está sempre sob o efeito do tranquilizante Diazepan. Ela também se diz humilhada por achar que prisão é lugar de pessoas violentas. Ela criticou a delegada que conduziu o caso, Monique Vidal, e a chamou de "vedete" e disse que é vítima de uma campanha de difamação.
.- Estão execrando tudo que eu fiz.
.Vera Lúcia disse ainda que resolveu adotar uma criança por medo da solidão.
.- Durante muito tempo, eu vivi para o Ministério Público. Comecei a pensar: quando eu ficar velha, vou sentir falta do aconchego. No Natal, eu tinha que ir para a casa dos outros. Sou muito só e isso começou a me incomodar
Na entrevista, a procuradora contou que, há seis anos, se inscreveu em um programa de adoção de crianças no Paraná porque achava que o processo neste Estado seria mais rápido do que no Rio de Janeiro.
A procuradora foi denunciada por tortura pelo Ministério Público Estadual, que mencionou ainda que ela poderia fazer parte de uma seita satânica.

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