segunda-feira, 24 de maio de 2010

São João agita economia e turismo de SE

Do JornaldaCidade.Net
O São João aquece as noites e a economia sergipana. O comércio informal é quem mais lucra com os festejos juninos, mas a cultura e o turismo local também auferem lucros. Para o presidente da Emsetur, José Roberto Lima, o Estado deverá receber uma injeção de R$ 40 milhões por conta do período. O economista do Dieese, Luís Moura, destacou a importância da festa para a cultura do Estado e na oferta de ocupação para pessoas desempregadas.
“Os festejos juninos não geram emprego, mas ocupação. São os ambulantes que aproveitam o mês de festa para trabalhar e ganhar dinheiro”, disse Moura. Ele considera o São João uma festa importante porque movimenta a cultura e atinge todo o Estado, diferentemente do Pré-Caju que abarca apenas a capital. “É uma festa genuinamente nordestina e por isso mesmo acaba atraindo gente do Nordeste que vem resgatar o São João tradicional”, disse.
Ele ressaltou ainda que há um movimento intenso de sergipanos dentro do Estado se deslocando pelas cidades com tradição da festa. “Há um movimento interno de pessoas muito bom o que considero positivo por internalizar os recursos no Estado. Quando não havia essa festa muita gente saía para buscar os festejos em outros Estados”, disse, ao se referir ao Forró Caju e ao Arraiá do Povo, além das festas de São João no interior do Estado.
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, disse no lançamento do Forró Caju que o evento é uma festa que gera diversão, emprego e renda, além de divulgar a cidade mundialmente. “É uma festa que não é só diversão, mas é também cultura e geração de emprego e renda”, falou.
Edvaldo Nogueira ressaltou que para este ano foram contratadas 125 bandas, das quais 95 são sergipanas. “Se considerarmos que cada banda tem em média entre oito e dez pessoas, só aí é renda para quase 1.300 pessoas, isso sem contar com os ambulantes que vão lucrar na festa, com o pessoal do palco e iluminação e as donas de casa que faturam também com o Forró Caju”, disse o prefeito, durante entrevista a uma emissora de rádio local semana passada.
Para a realização do Forró Caju, que vai de 18 a 29 de junho, a PMA está investindo R$ 3 milhões, dos quais R$ 1,5 milhão sairão dos cofres municipais e a outra metade dos parceiros. O prefeito lembrou ainda que os investimentos na festa ajudam a movimentar a economia local. "Os setores de hotelaria, alimentação, bebidas e confecção, entre outros, lucram mais neste período”, afirmou.
O presidente da Emsetur destacou a importância do período junino para toda a cadeia produtiva. "O São João de Sergipe vem deixando de ser regional e se tornando nacional. Junto com a alta estação, em janeiro, o mês de junho é o período mais importante para o turismo sergipano", disse.
Ainda segundo ele, as expectativas são as melhores possíveis. "A gente estima que haja uma injeção de cerca de R$ 40 milhões na economia sergipana neste período de festejos juninos. Tudo isso só pela atividade turística, mas sabemos que esse número é bem maior porque envolve outros setores", informou.

Comércio informal
Os armarinhos lucram 20% a mais em junho devido às vendas de aviamentos e vestidos juninos. A dona de um deles, Maria de Fátima Freitas, disse que a grande procura é pelas fitas coloridas, que este ano estão sendo substituídas pelas fitas verde e amarela. “Junho para nós de armarinho é a melhor data do ano, melhor mesmo que o Carnaval”, falou.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju, Samuel Schuster, a expectativa do comércio é vender no mês de junho deste ano entre 8% e 10% a mais que junho de 2009. “Os festejos juninos movimentam de fato o comércio e a economia informal, já que muitas doceiras, costureiras e ambulantes faturam a mais neste mês. Este ano, temos um diferencial que irá melhorar as vendas que é a Copa”, falou.
A vendedora de confecções no Mercado Albano Franco, Marilene Vasconcelos, incrementa o boxe já a partir de maio com dezenas de roupas juninas. A cada ano, ela compra cerca de cem peças, entre vestidos, anáguas, camisas e calças com remendos. Vende quase que 100%, a preços que variam de R$ 25 a R$ 100. “O mês de junho é muito bom”, disse.
O vendedor de milho Antônio da Costa disse que está esperando a abertura das inscrições para a comercialização durante o Forró Caju. Ele contou que todos os anos vende em todos os dias da festa. “No ano passado, mudei o telhado da minha casa. Este ano quero comprar uma Shineray”, disse.
A vendedora de confecções no Mercado Albano Franco, Joselita Santos, informou que aproveita o mês de junho para faturar um dinheiro extra. Além das roupas juninas que vende, ela disse que coloca toda a família para aproveitar o momento. “Meu marido monta uma banca para vender “capeta” e meu filho mais velho vende lenços coloridos e chapéus”, disse. Segundo ela, o faturamento da família no ano passado rendeu o pagamento de uma série de dívidas. Para este ano, ela pretende aproveitar o dinheiro extra ganho nas festas para reformar a casa.
http://www.colunabyvalldydecruz.blogspot.com

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