7 mitos e verdades sobre relacionamentos
Pesquisas revelam a realidade por trás de sete grandes lendas dos relacionamentos. Acredite se quiser: até a máxima "os opostos se atraem" foi por água abaixo!
Foto: Getty ImagesConteúdo do site VIVA!MAIS
1. Os opostos se atraem mesmo?
Na maioria dos casos, não. "Os semelhantes é que se aproximam, pois os pontos em comum harmonizam a relação", diz o psicólogo Thiago de Almeida. Há, inclusive, um nome para isso: o princípio da homogamia. Segundo o psicólogo Ailton Amélio da Silva, autor do livro O Mapa do Amor (Ed. Gente, R$ 42,90), esse conceito foi comprovado por vários estudos. Um deles analisou desde casados a parceiros que se conheciam havia um mês. Resultado: a maioria tinha idade, raça, nível educacional e religião semelhantes. Ou seja: a atração entre esses casais ocorreu devido às afinidades! "As pessoas parecidas trazem lembranças positivas", diz o autor.
O outro lado
No entanto, ser igual pode ser problemático: “Não é saudável quando a pessoa não traz nada de novo à vida do parceiro”, diz Thiago. Portanto, o ideal é dosar: encontrar pontos em comum sem deixar as surpresas de lado. “Ter os mesmos gostos facilita a convivência, mas o que a sustenta é o vínculo afetivo”, afirma a psicóloga Mariana Chalfon.
2. O homem pensa mais em sexo do que a mulher?
Siiiim! "Isso porque o homem vive mais a sexualidade, ou seja, fantasia mais do que a mulher", explica Celso Marzano, urologista e autor de O Prazer Secreto (Ed. Eden, R$ 40). Uma pesquisa feita pela empresa Onepoll, que entrevistou 3 mil ingleses, comprovou o fato: os rapazes pensam em sexo 13 vezes por dia. Já as mulheres, apenas cinco! Além disso, quase um terço dos moços disse que, logo ao acordar, já lembram "daquilo". "Nessa hora, a produção de testosterona, hormônio responsável pelo desejo sexual, é maior", diz Celso.
Sem machismo
Mas não vale a pena levar isso ao pé da letra. Carla Cecarello, sexóloga e consultora da empresa de produtos eróticos Rede Mel*, diz: "Senão, parece que eles podem tudo e nós, nada”=". Afinal, as mulheres também precisam de sexo! "A diferença é que necessitamos de mais para nos motivar. Já o homem se estimula a fazer sexo sem amor - e é isso que passa a impressão que ele pensa mais sobre o assunto!"
3. Morar junto antes de casar diminui a chance de separação?
Nada disso. Em janeiro, o Journal of Family Psychology divulgou um estudo que derruba essa ideia. Foram entrevistados mil casais - juntos há, no máximo, dez anos -, para avaliar o potencial de divórcio. Vale dizer que 40% deles não viveram juntos antes do casamento, 43%, sim e 16%, apenas após noivarem. Conclusão: 19% dos casais que moraram juntos antes do casório pensaram em se separar - contra 12% dos que se uniram após o compromisso e 10% dos que esperaram pela celebração. Os pesquisadores acreditam que a taxa de separação é maior entre quem morou junto devido ao fato de esses casais possivelmente terem optado por oficializar a união por mero comodismo.
Vale tentar
Apesar disso, a psicóloga Sandra Samaritano recomenda que o casal divida, sim, uma casa antes de assinar os papéis: "Ao morar junto, pode-se descobrir o que é, de fato, o casamento. E o melhor: sem rotular a relação".
4. Eles se declaram antes delas?
Por incrível que pareça, uma pesquisa contraria a ideia de que os moços não demonstram sentimentos. Feito pelo jornal inglês Telegraph, o levantamento mostrou que o homem leva sete meses para dizer à parceira que a ama - já a mulher precisa de um mês a mais para se declarar. "Isso tem relação com mecanismos da consciência e do hormônio testosterona", diz o psicólogo Thiago de Almeida. "Esse hormônio, que regula a paixão e o comportamento sexual, está muito mais evidenciado no homem do que na mulher." Ou seja, dominado pela ação dessa substância, ele fala o que está sentindo, sem diferenciar bem o que é desejo sexual ou sentimento.
Vá com calma
Por agir no impulso, o moço pode esfriar a atitude depois. "Ele não chega a falar que ama a parceira apenas pelo sexo. Mas é possível que, depois da conquista, o homem não se comporte da mesma maneira que antes", afirma o especialista.
5. Solteiros transam mais do que casados?
É natural pensar que sim - afinal, quem não tem compromisso pode se relacionar com quem quiser, certo? "A impressão faz sentido, mas a realidade é outra. Há solteiros que não querem se relacionar com qualquer pessoa, por exemplo. E muitos casados fazem sexo três ou quatro vezes por semana", afirma a sexóloga Carla Cecarello. Para comprovar essa tese, as autoras americanas Linda Waite e Maggie Gallagher reuniram estudos que apontam os benefícios do relacionamento fixo no livro The Case of Marriage (O Caso do Casamento). Segundo elas, mais de 40% das mulheres casadas disseram estar satisfeitas com a vida sexual, contra 30% das solteiras.
E no Brasil?
Em 2009, o Instituto Datafolha fez um levantamento com 1.888 pessoas para descobrir os hábitos sexuais dos brasileiros. Os casados deram um banho nos solteiros: 24% deles têm relações diárias (só 12% dos solteiros podem dizer o mesmo) e 59% transam ao menos uma vez por semana (contra 42% dos "sozinhos").
6. A aparência em primeiro lugar?
De fato, são nossos atributos físicos que realmente atraem os homens num primeiro momento. Pesquisa da revista feminina americana Cosmopolitan em parceria com a publicação online masculina AskMen.com revelou, inclusive, em que os homens reparam quando veem uma mulher pela primeira vez: » 62% dos entrevistados respondeu sem titubear: o corpo! » 27% disseram ser fisgados por um olhar sedutor. Outros dados curiosos: a ala masculina é atraída por curvas e contornos e costuma evitar contato visual com a mulher em quem está interessada .
O corpo ideal
Um outro estudo - organizado pelos americanos Eli Finkel e Roy Baumeister - foi além e descobriu até o biotipo predileto da maioria dos homens. Eles tendem a se sentir mais atraídos por moças que tenham a cintura fina e o quadril mais largo. Motivo de tal preferência: tais medidas passam aos rapazes a mensagem inconsciente de que a moça em questão possui mais facilidade para gerar filhos .
7. Homem não recusa sexo nunca?
Quem disse que o homem deve estar sempre disposto para transar? Uma pesquisa do Instituto Datafolha mostrou o contrário: 36% dos entrevistados afirmaram que já deram ao menos uma desculpa para não fazer sexo. "O mito, aqui, consiste na ideia de que a sexualidade masculina deve estar sempre aflorada, de prontidão", explica o sexólogo Celso.
Resolva o problema
Quando essa recusa acontece com frequência, vale chamar o parceiro para conversar e entender quais os motivos - podem ser, por exemplo, estresse no trabalho ou com a família. "É errado pensar que o homem sempre vai dizer ‘sim’ para a relação íntima. A sexualidade (tanto feminina como masculina) depende dos cinco sentidos", diz o sexólogo Celso Marzano. E quando o casal não namora mais, deixa de criar situações interessantes, há baixa de frequência sexual. "Costuma acontecer, mas é preciso estar atenta e reverter a situação", alerta o especialista.