Inflação da comida: da roça à mesa, tomate encarece 405%
Ana Paula Viana - Extra RIO - Em meio ao burburinho da feira do Méier, subúrbio do Rio, o tilintar constante das moedas de troco na pequena barraca de tomates de Waldir Nascimento não deixa dúvidas de que as vendas estão com fôlego renovado.
Em três meses, o feirante de 64 anos viu o produto - considerado o principal vilão da inflação doméstica nos últimos tempos - registrar um recuo no preço médio de 53%, caindo de R$ 4,33 para R$ 2,02, segundo pesquisa da Fecomércio-RJ.
Na barraca de Waldir, o quilo do tomate já é comercializado por até R$ 1, na hora da xepa, o que fez as vendas saltarem, em poucas semanas, de 60kg para 230kg por dia.
- O tomate estava virando comida de marajá. Agora, a clientela nem pechincha mais, de tanto que caiu o preço - diz o feirante
Aumento de 405%
O preço está mais baixo, porém nada barato. O valor pago ao consumidor nem de longe lembra seu custo na fonte. O caminho de venda, encerrado na feira, começa a ser traçado 24 horas antes, em lavouras como as de Paty do Alferes, a 119 km do Rio, município número um na produção de tomate em solo fluminense.
Por lá, o quilo saiu na últimas semana por meros R$ 0,40 para os atravessadores que o trazem para a capital. Entre taxas, transporte, perdas e margem de lucro dos intermediários, há uma diferença de indigestos 405% da colheita até a mesa do carioca.
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