Do Jornal da Cidade.net
O Instituto Mamíferos Aquáticos já registrou em Sergipe, este ano, o encalhe e morte de 15 botos cinzas, uma espécie de golfinho. No ano passado foram mais de 25 animais mortos. Desde 2000, foram registrados cerca de 130 encalhes de mamíferos aquáticos no litoral sergipano. Segundo Rodrigo Farias, coordenador substituto do instituto, o número é expressivo e a notificação tem aumentado por conta do trabalho educativo feito junto a pescadores e banhistas nos últimos dois anos.
O Instituto Mamíferos Aquáticos já registrou em Sergipe, este ano, o encalhe e morte de 15 botos cinzas, uma espécie de golfinho. No ano passado foram mais de 25 animais mortos. Desde 2000, foram registrados cerca de 130 encalhes de mamíferos aquáticos no litoral sergipano. Segundo Rodrigo Farias, coordenador substituto do instituto, o número é expressivo e a notificação tem aumentado por conta do trabalho educativo feito junto a pescadores e banhistas nos últimos dois anos.
“Os encalhes são comuns, principalmente em redes de pesca, onde os golfinhos ficam presos e acabam morrendo. Nem sempre a culpa é do pescador. O encalhe pode ser acidental. Por isso, é importante o resgate da carcaça do animal para que possamos fazer a necropsia e estudos”, explicou Sabrina Zelice, monitora voluntária do instituto e aluna do curso de Biologia da UFS.
Um outro importante trabalho feito pela ONG é o monitoramento dos botos. Quatro vezes por
semana, monitores se posicionam em frente ao rio Sergipe, mais precisamente no Iate Clube, para observar o comportamento dos animais. “Já chegamos a observar mais de 20 botos de uma só vez. A incidência é muito grande. Eles saem do alto mar e vão para o estuário do rio se alimentar”, disse Sabrina.
No Brasil, existem 32 espécies de golfinhos. Cada animal pode ter de 1,5 a 9,5 metros. A gestação dura de 10 a 12 meses, nascendo apenas um filhote. O intervalo entre uma gestação e outra varia de dois a três anos. Quem encontrar um boto encalhado ou mesmo morto, deve avisar ao instituto através dos telefones 8113-8863 ou 9815-5409.
O Instituto Mamíferos Aquáticos é uma ONG com sede em Salvador e em Sergipe. Um dos principais objetivos é resgatar animais que ficaram encalhados em rios ou no mar. A equipe também realiza palestras educativas em escolas, projetos de educação ambiental, exposições e monitoramento dos golfinhos e outros mamíferos aquáticos. Em Aracaju, a ONG recebeu o apoio da Universidade Tiradentes, que há mais de 10 anos liberou o laboratório onde é feita a catalogação dos animais, entre outras atividades.
Peixe-boi Astro
Um velho conhecido da equipe do Instituto Mamíferos Aquáticos é o peixe-boi Astro. Ele foi encontrado ainda bebê em águas alagoanas por profissionais do Projeto Peixe-Boi. Depois disso foi liberado em seu habitat natural em 1994, juntamente com a fêmea Lua. Desde então, tem aparecido frequentemente em Sergipe, principalmente no rio Vaza-Barris, na região do Mosqueiro.
A espécie de Astro está extinta em Sergipe há mais de 20 anos. Ele tem quase 4 metros de cumprimento e mais de 500 quilos. “Ele tem um comportamento atípico, se aproxima das pessoas e das embarcações. Por isso, acaba se machucando. Ele tem vários cortes no dorso feitos por hélices de barcos”, comentou Sabrina. Ela disse ainda que as pessoas não devem tocá-lo ou dar qualquer tipo de alimento.
Esqueletos
Nos próximos meses, os aracaju anos poderão ver esqueletos montados de quatro mamíferos marinhos: um filhote de baleia jubarte, um de cachalote, um boto cinza e um golfinho climene. O trabalho está sendo feito, a pedido do Instituto Mamíferos Aquáticos, por Antônio Carlos Amâncio, que é estudante de biologia, integrante da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) do Ceará e também coordenador de resgate de mamíferos marinhos.
Ele é especialista em montagem de esqueletos de mamíferos aquáticos, o único do Nordeste e um dos poucos do país. Já montou o esqueleto de 14 animais, entre eles o de uma baleia jubarte de 14,5 metros, que está em exposição na base do Projeto Baleia Jubarte, na Praia do Forte (BA). Com os esqueletos montados, a exposição deverá ser realizada primeiro na Unit da Farolândia, nos próximos meses, e depois se tornar itinerante.
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