Do JC
Rodar pelo Estado, pelo país; ver paisa gens diferentes todos os dias, conhecer novos lugares, não ter rotina. Estes são alguns dos prazeres do profissional do volante, que comemora seu dia neste domingo. De carro, ônibus ou caminhão, os motoristas trazem a paixão pela profissão, muitas vezes, desde criança. “Meu pai é caminhoneiro, sempre rodei com ele desde criança e me apaixonei pela direção”, disse Lício Juliano, motorista há cerca de dez anos.
“Eu cresci com meus tios, todos motoristas e escolhi isso para minha vida. Apesar de ter sido uma alternativa de emprego quando comecei, consegui um emprego que me dá prazer”, disse Manoel Augusto, motorista de ônibus e profissional de volante há 32 anos. “Eu comecei por falta de opção, mas acabou virando uma paixão na minha vida”, disse Sérgio Mendonça, que dirige profissionalmente há 18 anos.
Apesar de a maioria dos motoristas se queixarem da baixa remuneração, há quem optou pela profissão por ser um negócio rentável. “Eu não tenho rotina. Conheço lugares e pessoas diferentes todos os dias, mas decidi mesmo pela direção porque era um negócio rentável”, disse Roberto Marcos, que dirige um caminhão-cegonha. “Hoje, não é mais tão rentável, mas a melhor remuneração continua com o caminhão-cegonha”, acrescentou.
Sergipe tem milhares de motoristas profissionais. Só em Aracaju, são cerca de 2.500 motoristas de ônibus e mais de duas mil licenças de táxi. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Sergipe, Luiz da Cunha, mais conhecido como ‘Nena Taxista’, depois de Aracaju, as cidades de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão são as que mais têm licenças de táxi, com 403, 386 e 253 licenças, respectivamente.
De acordo com Nena, a última licença de táxi foi liberada em Aracaju há quase 30 anos. “Existe uma lei que controla a liberação de licença. É uma concessão de táxi para cada 800 habitantes. Com esta conta, a próxima liberação só vai acontecer quando Aracaju tiver 1.640.000 habitantes”, explicou. De acordo com informações oficiais da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT), a frota de táxi do município de Aracaju corresponde a 2.079 e veículos, todos em operação, sendo 178 táxis-lotação, 30 servindo à Cooperativa do Aeroporto e 1.871 classificados como táxi-bandeira.
Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (Detran-SE), a frota de táxi é de 6.331 veículos no Estado, sendo 2.109 em Aracaju.
Acidentes
Mas nem só de prazer vive o motorista. O risco de acidentes é constante, tanto nas estradas, como nas cidades. A pressão de patrões e prazos acaba forçando o motorista a imprimir velocidade acima da permitida nas vias e a fazer uso de estimulantes. “Isso acontece porque o motorista se vê forçado a cumprir prazos absurdos e acabam fazendo o famoso ‘bate-e-volta’, como ir a São Paulo e voltar praticamente sem dormir”, disse Juliano. “Eu já me vi numa situação parecida. Estava muito cansado e acabei cochilando na direção. Quando despertei, estava no acostamento da pista contrária. Parei no primeiro posto e fui dormir. Nunca mais fiz isso “pra seu ninguém”, disse.
No trânsito urbano, os acidentes acontecem por falta de atenção às regras de trânsito. “Dentro da cidade, a gente sofre mais por conta dos outros. O motorista que vai mudar de pista ou estacionar, não sinaliza e nem presta atenção ao trânsito, por exemplo. Isso causa, no mínimo, um bom susto nos demais condutores”, reclamou Juliano.
Dia santo
E os motoristas comemoram a data homenageando seu santo protetor, São Cristóvão. De acordo com Nena, uma procissão vai sair do Sest-Senat às 16 horas neste domingo, levando a imagem do santo até a cidade de São Cristóvão, onde vai acontecer uma missa.
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