sábado, 31 de julho de 2010

Caso Bruno

inquérito conclui que goleiro aproveitou a Copa do Mundo para assassinato de Eliza Samudio 

Marcelo Portela, O Globo e G1 

BELO HORIZONTE - O goleiro Bruno premeditou o assassinato de Eliza Samudio, aproveitando a suspensão dos campeonatos durante a Copa do Mundo, quando as atenções estariam voltadas para a África do Sul, para executar o plano. Essa foi uma das conclusões do inquérito apresentadas, nesta sexta-feira, pelo delegado Edson Moreira, que a Polícia Civil de Minas apresentou ao Ministério Público. O delegado disse que o jogador é o autor intelectual e material do crime. Moreira pediu a transformação da prisão temporária de todos os envolvidos em prisão preventiva, ou seja, até o julgamento do caso. 

Segundo o delegado, apesar de não haver corpo, provas materiais diretas e indiretas comprovaram a morte de Eliza. A mais importante delas, de acordo com Moreira, é o filho da ex-amante de Bruno - que seria o principal motivo do crime - não estar com a mãe. Ele afirmou que a criança seria uma garantia de vida estável para a ex-amante de Bruno, ao menos pelos próximos 18 anos. Além da pensão alimentícia, citou cachês que a jovem ganharia dando entrevistas para programas de televisão.

O delegado disse que os vestígios de sangue de homem encontrados na Range Rover do goleiro Bruno dirigida por seu amigo e braço direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, quando Eliza Samudio foi levada do hotel em que estava hospedada, na Barra, na noite do dia 4 de junho, para Minas Gerais - é do menor de 17 anos, primo do jogador. O fato, segundo o delegado comprova que o menor e Eliza estavam no carro e tiveram a briga relatada por ele em seu primeiro depoimento à polícia, no inquérito que trata do desaparecimento da ex-amante de Bruno. Para identificar o sangue na Range Rover, a polícia usou a saliva contida em um copo de água bebido pelo adolescente e fez a confrontação com o DNA do sangue no veículo. Moreira afirmou que, apesar de o menor ter mudado a versão para o caso várias vezes, o primeiro depoimento do adolescente foi confirmado cientificamente, tanto pelo DNA, quanto pelo GPS do veículo, que mostra que o carro percorreu o mesmo caminho declarado por ele em uma sua primeira versão.
- No dia 10, o derradeiro, por volta das 19h, Macarrão e o menor colocaram Eliza no interior do Eco Sport com a criança e uma mala vermelha. Eles a levaram para a região da Pampulha para encontrar com Bola, já contactado desde fevereiro, o que mostra premeditação. Os telefones celulares dos três estavam nesta área: o do menor, o do Macarrão e o do Bola - disse o delegado, acrescentando que, de lá, Eliza foi levada ao sítio de Bola, onde foi executada por asfixia.
Ainda segundo o delegado, foi encontrado no computador de Macarrão um contrato preparado para que Eliza assinasse, aceitando o acordo de receber R$ 3.500 de pensão mensal - valor considerado baixo anteriormente por ela.
O pai de Eliza, Luis Carlos Samudio, estava na coletiva e chorou ao ouvir o delegado descrever como sua filha foi supostamente morta. Moreira informou que uma investigação complementar prosseguirá a busca pelo corpo da ex-amante de Bruno.

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